quarta-feira, 30 de julho de 2008

Alcântara Machado

ANTÔNIO CASTILHO DE ALCÂNTARA MACHADO D'OLIVEIRA nasceu em São Paulo em 25 de maio de 1901. De família ilustre, o pai fora escritor e professor da Faculdade de Direito de São Paulo. Forma-se em direito no ano de 1924, mas não exerce a profissão, pois se dedica ao jornalismo, chegando a ocupar o cargo de redator-chefe do Jornal do Comércio. No ano de 1925 realiza sua segunda viagem à Europa, onde já estivera quando criança. De lá traz crônicas e reportagens que originaram seu livro de estréia, Pathé-Baby (1926), prefaciado por Oswald de Andrade.
Em 1922 não participa da Semana de Arte Moderna, mas, no ano de 1926, junto com A.C. Couto de Barros, funda a revista Terra Roxa e Outras Terras. Em 1928 publica a obra "Brás, Bexiga e Barra Funda". Na primeira edição dessa obra o prefácio é substituído prefácio por um texto intitulado "Artigo de fundo", disposto em colunas, como as de uma página de jornal, onde afirmava:
"Este livro não nasceu livro: nasceu jornal. Estes contos não nasceram contos: nasceram notícias. E este prefácio, portanto também não nasceu prefácio: nasceu artigo de fundo".
Essa introdução revela uma característica fundamental de sua obra: a narrativa curta, muito semelhante à linguagem jornalística. Nessa obra Alcântara Machado revela a sua preocupação em descrever os habitantes e os costumes das pessoas que habitam os bairros humildes da capital paulistana. Assim, fez surgir um novo tipo de personagem na literatura brasileira: o ítalo-brasileiro.
Em 1928 une-se a Oswald de Andrade para fundar a Revista de Antropofagia. Alcântara Machado, juntamente com Raul Bopp, foi o diretor dessa revista no período de maio de 1928 a fevereiro de 1929. Ainda em 1929 lança a obra "Laranja da China".Em 1931 dirige a Revista Hora, junto com Mário de Andrade. Ingressando na política, muda-se para o Rio de Janeiro, onde exerce também a crítica literária. Candidata-se ao cargo de deputado federal. Eleito, não chega a ser empossado, pois falece em conseqüência de complicações de uma cirurgia de apêndice, no Rio de Janeiro, em 14 de abril 1935.

Principais Obras:
Pathé-Baby (1926) (crônicas de viagem)
Brás, Bexiga e Barra Funda (1927)
Laranja da China (1928) - contos
Deixou inacabado um romance - Mana Maria. Em 1961, as três últimas obras foram reunidas em livro, sob o título de Novelas paulistanas, que incorporou ainda contos esparsos, publicados em jornais e revistas

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